Centro Julio Luz sob nova direção

trabalhadores da casa assumem novas tarefas

Cientistas comprovam a reencarnação humana

Desta vez a ciência quântica explica e comprova que existe sim vida (não física) após a morte de qualquer ser humano.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Cientistas comprovam a reencarnação humana



Desde que o mundo é mundo discutimos e tentamos descobrir o que existe além da morte. Desta vez a ciência quântica explica e comprova que existe sim vida (não física) após a morte de qualquer ser humano. 

Um livro intitulado “O biocentrismo: Como a vida e a consciência são as chaves para entender a natureza do Universo” “causou” na Internet, porque continha uma noção de que a vida não acaba quando o corpo morre e que pode durar para sempre. 

O autor desta publicação o cientista Dr. Robert Lanza, eleito o terceiro mais importante cientista vivo pelo NY Times, não tem dúvidas de que isso é possível. 

Além do tempo e do espaço Lanza é um especialista em medicina regenerativa e diretor científico da Advanced Cell Technology Company. No passado ficou conhecido por sua extensa pesquisa com células-tronco e também por várias experiências bem sucedidas sobre clonagem de espécies animais ameaçadas de extinção. 

Mas não há muito tempo, o cientista se envolveu com física, mecânica quântica e astrofísica. Esta mistura explosiva deu à luz a nova teoria do biocentrismo que vem pregando desde então. O biocentrismo ensina que a vida e a consciência são fundamentais para o universo. 
É a consciência que cria o universo material e não o contrário. 

Lanza aponta para a estrutura do próprio universo e diz que as leis, forças e constantes variações do universo parecem ser afinadas para a vida, ou seja, a inteligência que existia antes importa muito. Ele também afirma que o espaço e o tempo não são objetos ou coisas mas sim ferramentas de nosso entendimento animal. 

Lanza diz que carregamos o espaço e o tempo em torno de nós “como tartarugas”, o que significa que quando a casca sai, espaço e tempo ainda existem. 

A teoria sugere que a morte da consciência simplesmente não existe. Ele só existe como um pensamento porque as pessoas se identificam com o seu corpo. Eles acreditam que o corpo vai morrer mais cedo ou mais tarde, pensando que a sua consciência vai desaparecer também. Se o corpo gera a consciência então a consciência morre quando o corpo morre. Mas se o corpo recebe a consciência da mesma forma que uma caixa de tv a cabo recebe sinais de satélite então é claro que a consciência não termina com a morte do veículo físico. Na verdade a consciência existe fora das restrições de tempo e espaço. Ela é capaz de estar em qualquer lugar: no corpo humano e no exterior de si mesma. Em outras palavras é não-local, no mesmo sentido que os objetos quânticos são não-local. 

Lanza também acredita que múltiplos universos podem existir simultaneamente. 

Em um universo o corpo pode estar morto e em outro continua a existir, absorvendo consciência que migraram para este universo. Isto significa que uma pessoa morta enquanto viaja através do mesmo túnel acaba não no inferno ou no céu, mas em um mundo semelhante a ele ou ela que foi habitado, mas desta vez vivo. E assim por diante, infinitamente, quase como um efeito cósmico vida após a morte. 

Vários mundos

Não são apenas meros mortais que querem viver para sempre mas também alguns cientistas de renome têm a mesma opinião de Lanza. 

São os físicos e astrofísicos que tendem a concordar com a existência de mundos paralelos e que sugerem a possibilidade de múltiplos universos. 

Multiverso (multi-universo) é o conceito científico da teoria que eles defendem. Eles acreditam que não existem leis físicas que proibiriam a existência de mundos paralelos. 

O primeiro a falar sobre isto foi o escritor de ficção científica HG Wells em 1895 com o livro “The Door in the Wall“. Após 62 anos essa ideia foi desenvolvida pelo Dr. Hugh Everett em sua tese de pós-graduação na Universidade de Princeton. Basicamente postula que, em determinado momento o universo se divide em inúmeros casos semelhantes e no momento seguinte, esses universos “recém-nascidos” dividem-se de forma semelhante. Então em alguns desses mundos que podemos estar presentes, lendo este artigo em um universo e assistir TV em outro. 

Na década de 1980 Andrei Linde cientista do Instituto de Física da Lebedev, desenvolveu a teoria de múltiplos universos. Agora como professor da Universidade de Stanford, Linde explicou: o espaço consiste em muitas esferas de insuflar que dão origem a esferas semelhantes, e aqueles, por sua vez, produzem esferas em números ainda maiores e assim por diante até o infinito. No universo eles são separados. Eles não estão cientes da existência do outro mas eles representam partes de um mesmo universo físico. 

A física Laura Mersini Houghton da Universidade da Carolina do Norte com seus colegas argumentam: as anomalias do fundo do cosmos existem devido ao fato de que o nosso universo é influenciado por outros universos existentes nas proximidades e que buracos e falhas são um resultado direto de ataques contra nós por universos vizinhos.


Alma

Assim, há abundância de lugares ou outros universos onde a nossa alma poderia migrar após a morte, de acordo com a teoria de neo biocentrismo. 

Mas será que a alma existe? Existe alguma teoria científica da consciência que poderia acomodar tal afirmação? 

Segundo o Dr. Stuart Hameroff uma experiência de quase morte acontece quando a informação quântica que habita o sistema nervoso deixa o corpo e se dissipa no universo. 

Ao contrário do que defendem os materialistas, Dr. Hameroff oferece uma explicação alternativa da consciência que pode, talvez, apelar para a mente científica racional e intuições pessoais.




A consciência reside, de acordo com Stuart e o físico britânico Sir Roger Penrose, nos microtúbulos das células cerebrais que são os sítios primários de processamento quântico. Após a morte esta informação é liberada de seu corpo, o que significa que a sua consciência vai com ele. 

Eles argumentaram que a nossa experiência da consciência é o resultado de efeitos da gravidade quântica nesses microtúbulos, uma teoria que eles batizaram Redução Objetiva Orquestrada. 

Consciência ou pelo menos proto consciência é teorizada por eles para ser uma propriedade fundamental do universo, presente até mesmo no primeiro momento do universo durante o Big Bang. “Em uma dessas experiências conscientes comprova-se que o proto esquema é uma propriedade básica da realidade física acessível a um processo quântico associado com atividade cerebral.” 

Nossas almas estão de fato construídas a partir da própria estrutura do universo e pode ter existido desde o início dos tempos. Nossos cérebros são apenas receptores e amplificadores para a proto-consciência que é intrínseca ao tecido do espaço-tempo. Então, há realmente uma parte de sua consciência que é não material e vai viver após a morte de seu corpo físico. 

Dr. Hameroff disse ao Canal Science através do documentário Wormhole: “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir e os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída, não pode ser destruída, ele só distribui e se dissipa com o universo como um todo.” 

Robert Lanza acrescenta aqui que não só existem em um único universo, ela existe talvez, em outro universo. 

Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos e o paciente diz: “Eu tive uma experiência de quase morte”.

Ele acrescenta: “Se ele não reviveu e o paciente morre é possível que esta informação quântica possa existir fora do corpo talvez indefinidamente, como uma alma.” 

Esta conta de consciência quântica explica coisas como experiências de quase morte, projeção astral, experiências fora do corpo e até mesmo a reencarnação sem a necessidade de recorrer a ideologia religiosa. A energia de sua consciência potencialmente é reciclada de volta em um corpo diferente em algum momento e nesse meio tempo ela existe fora do corpo físico em algum outro nível de realidade e possivelmente, em outro universo.


Artigo publicado originalmente em inglês no site SPIRIT SCIENCE AND METAPHYSICS.
http://www.duniverso.com.br/cientistas-comprovam-reencarnacao-humana/ 
Fonte: "Fórum Espírita"

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Júlio Luz sob nova direção

O Centro Espírita Júlio Luz de Carvalho localizado na Cohab III de Bacabal,  está em fase de reorganização, para isso os trabalhadores da casa assumem novas tarefas, que bem planejadas e com a orientação da espiritualidade maior, garantirá o sucesso da nova direção.
As atividades dos centro prioriza o ESDE - estudo sistematizado da Doutrina Espírita que tem suas aulas ministradas pela professora Graça Chaves. São realizadas reuniões de Vibração para  contribuir com  a harmonia dos frequentadores da casa e melhoria da atmosfera psíquica do nosso pais ou vibrações sobre outros assuntos. O estudo do evangelho segundo o espiritismo  é ministrado por vários trabalhadores da casa e é uma das atividades que mais atraem frequentadores.
Estuda-se também O Livro dos Médiuns, O Livro dos Espíritos, e o livro A Gênese todos integrantes da codificação de Allan Kardec.

MOVIMENTO DE UNIFICAÇÃO

Com o objetivo de colaborar com a unificação da Doutrina Espírita, o Centro Júlio Luz de Carvalho participa ativamente das atividades realizadas pela FEMAR - Federação Espírita do Maranhão. Bacabal está inserido no Conselho TUPIMEARIM de atuação regionalizada.

A realização da Palestra Pública é uma constante no Centro Espírita " nós queremos dinamizar o funcionamento da Casa Espirita, capacitando  nossos frequentados para que se tornem também trabalhadores da causa do Cristo, estamos implantando o "Cine Clube Espirita" onde através da sétima arte  os nossos convidados assistirão gratuitamente Filmes com temáticas espíritas e filmes que serão analisados à luz do doutrina após sua exibição" declara confiante  o novo presidente da Casa Zezinho Casanova.
Para fortalecer laços de amizade e ajuda mutua os Centros Julio Luz e Luz e vida participam dos estudos um do outro com o objetivo de fortalecer as duas casas, em breve divulgaremos neste blog e pelas redes sócias o novo modelo de funcionamento do centro. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Espíritas Realizam Encontro Regional em Bacabal

O Movimento Espírita Cristão do Maranhão realizou  durante todo o dia 9 de maio (sábado) mais um encontro do Conselho Regional TUPIMEARIM, órgão, deliberativo ligado a Femar - Federação Espírita do Maranhão , composto por representantes de Centro espíritas da região do Pindaré e Mearim. O Conselho TUPIMEARIM  é integrado pelos municípios  de Arari, Bacabal, Buriticupu, Nova Olinda, Santa Inês, Viana, Vitória do Mearim,  e Zé doca.  
A abertura do evento  foi realizada por Zezinho Casanova Vice presidente do Centro Espírita Júlio Luz de Carvalho que em seguida passou a palavra para o presidente de  FEMAR  Osmir. Na pauta do evento constava de explanação pelo coordenador do conselho Hélio das principais dificuldades das casas espíritas da região. Na exposição feita por representantes da Femar constatou-se que o movimento  espírita brasileiro envelheceu, entre vários fatores para essas realidade destacou-se que nem sempre os pais se preocupam com a evangelização dos filhos. Isso  levou o  movimento à dar maior atenção ao trabalho com crianças e adolescentes na casa espírita. 

CRESCIMENTO ESPÍRITA NO MARANHÃO


 Segundo  informações do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o espiritismo é o movimento religioso que mais cresceu no Maranhão na ultima década, mas isso não significa crescimento qualitativo, a Federação Espírita do Maranhão continua a orientar aos dirigentes de casas espíritas o investimento na difusão da doutrina espírita como um dos principais compromissos assumidos com o movimento e principalmente com Jesus  Cristo.
 No período da tarde os representantes da FEMAR Osmir, Fabiano e Fábio Luz se reversaram no seminário sobre gestão da casa espírita com ênfase doutrinário realizado por Fabiano, ao final do evento a avaliação foi positiva e deliberou que o outro encontro do conselho Regional Espírita TUPIMEARIM será na cidade de Santa Inês. veja fotos do evento abaixo, os créditos são para a Femar. 




domingo, 5 de abril de 2015

Os semeadores do Maranhão l Em qualquer lugarejo que tivesse uma família estudando Kardec, Dr. Júlio fundava um centro espírita


Em São Luís do Maranhão, existem poucas pessoas, no movimento espírita que não conhecem os nomes Júlio Luz de Carvalho (1931-1995) e Laíze Maria Souza de Carvalho (1943-2005). Ele, fundador da Sociedade de Estudos Espíritas Ismael e presidente, por sete anos, da Federação Espírita do Maranhão; ela, palestrante, evangelizadora, dirigente de trabalhos e presidente do tradicional Centro Espírita Maranhense no início da década. Ambos, lutadores pela disseminação da Doutrina Espírita no Estado.

Ele

Júlio nasceu no interior do estado, Santa Inês, em 1931, filho de comerciante e de dona de casa que apenas assinava o nome. Partiu para São Luís assim que precisou completar os estudos secundários. Foi na casa de um dos irmãos, onde passou a morar que ouviu falar de Espiritismo. Curioso, lia as obras de Kardec, que satisfaziam sua índole científica, e passou a freqüentar o Centro Espírita Maranhense, hoje o mais antigo da cidade. Em seu envolvimento com a doutrina, ganhou o respeito e a amizade tanto de figuras consolidadas como José Bezerra e Seu Pequenino, quanto dos jovens da Mocidade Espírita, a exemplo de Clóvis Ramos, referência em estudos de literatura mediúnica.

Ela

Enquanto, em São Luís, Júlio se encaminhava nas atividades do C.E Maranhense e vergava sob o peso dos tratados de Odontologia, no interior, em uma cidade às margens do rio Corda, uma garotinha de doze anos aproxima-se da irmã, cujos dezenove anos a mais lhe conferiam o estatuto de mãe, passa-lhe as mãos nos cabelos e pergunta: "Laurita, por que estás chorando?"A irmã, que realmente chorava, não tem pudores para responder: "Porque nada temos para comer hoje". A garotinha, certa de que aquilo era um motivo estúpido para choro, vai até o colégio das freiras, onde estudava, e chama a madre: "Minha irmã diz que não tem comida em casa. A senhora pode conseguir alguma coisa para nós?" A religiosa não perde tempo e passa à menina uma cesta com alguns gêneros alimentícios. Antes de agradecer, a garotinha olha decidida para a benfeitora: "Como pagamento, venho dar aulas para os colegas que tiverem dificuldades". Ali começava o trabalho de Laíze, futura senhora Júlio de Carvalho.

O Liceu Maranhense era o melhor colégio de São Luís. As provas orais eram as mais temidas. Pois a " menina-professora" dos colegas no colégio das freiras, veio à capital, passou pelo exame de admissão e ficou na respeitada escola. Certa vez, a estudante do Liceu procurava algo para ler e se distrair. Católica fervorosíssima, encontrou um livro sem capa, cujo título chamava-lhe a atenção: Paulo e Estêvão. O livro revirou-lhe as crenças e a moça, por conta do volume sem capa, tornara-se espírita. "Se o livro estivesse inteiro", ela dizia, tempos depois, "e eu visse que tinha espírito no meio da história, nem encostava". O mundo espiritual tem suas manhas.

Os anos corriam e a professora Laíze, famosa por sua oratória, era convidada a fazer palestras em vários centros espíritas. Em um evento, impressionou-se com um dos confrades, que por ela também se deixara impressionar. Júlio e Laíze não chegaram a namorar dois meses. Casados, tiveram dois filhos, Berenice e Fábio, adotaram mais quatro, Ana Paula, Anderson, Roberto e Anatalia e sempre recebiam pessoas em dificuldade.

A força da união

O casal dedicava-se ao trabalho de difundir e consolidar a Doutrina Espírita em terras maranhenses. Após ter fundado a Mocidade e a Sociedade de Estudos Espíritas Ismael nos anos 70, Dr. Júlio assumiu, em 1986, a presidência da Federação Espírita do Maranhão. Batalhou intensamente para a unificação dos centros espíritas da capital e onde soubesse de uma ou duas famílias que estudassem Kardec em qualquer lugarejo, lá ele ia fundar um centro. Assim foi em Pinheiro, em Bacabal; também em Santa Inês, Buriti Bravo, Carolina, Caxias, Coelho Neto...Nem sempre era fácil. Muitas vezes, a Igreja impunha resistência. Em outras, os espíritas eram o problema. Numa cidade que visitou havia uma cruz plantada no meio do centro espírita. Dizia-se que Pedro, o Apóstolo, ali pregava e consolava os "fiéis", cuja afluência no local era notável. Dr. Júlio conversou com a entidade que se manifestava por um médium em transe: "Por que você engana essa gente?" O espírito, antes zombeteiro que mau, respondeu: "Não estou enganando ninguém. Apareci aqui e disse me chamar ‘Pedro’. Espalharam então que era o santo e eu fui gostando..."



Dor e consolo

Após sete anos de trabalho, Dr. Júlio entregou a presidência da Femar. Em 1993, no dia 21 de março, queixou-se de dores "no coração". A esposa o levou ao hospital, mais por precaução que por preocupação. Ele subiu tranqüilamente as escadas que levavam ao quarto onde seria atendido, viu em uma das camas com que cruzou no caminho uma amiga, ministrou-lhe um passe. Quando chegou ao quarto, deitou-se, segurou a mão da companheira e, numa rápida ausência da médica, disse: "Laíze, sê forte porque vou desencarnar." E, para surpresa de todos, voltou à pátria espiritual. No velório, o rosto que lhe expressara as feições durante a vida física mostrava um leve sorriso, que no entanto por todos foi notado. "Foi o único homem que conheci que riu da morte", disse o amigo e companheiro de causa espírita Albino Travincas.

Laíze deu prosseguimento à educação e sustento dos filhos sozinha e, em 2005, foi sua vez de partir para o Mundo Maior. Fábio de Carvalho, filho do casal, conta que , quando passara por um período de dúvidas, logo após o desencarne do pai, recebera belíssima orientação mediúnica ditada por ele, que dizia: "E tu, meu filho, sabe que nem o tempo, nem o espaço, muito menos a morte, podem separar as almas que se amam".

Texto publicado na edição 420 (mar/abr de 2008)



Os Simbolismos da Páscoa e o Espiritismo

A palavra Páscoa tem  origem em dois vocábulos hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo, 23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica apenas “passagem”. Trata-se de uma festa religiosa tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e ortodoxa, cujo significado é distinto entre esses dois grupos religiosos.
No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da escravidão egípcia,  assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo evento  caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e  a sua  organização religiosa,  culminada com o recebimento do Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da  Páscoa judaica duram sete dias, sendo proibida a  ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período. Os pães asmos (hag hammassôt), fabricados sem fermento, e a carne de cordeiro são os alimentos básicos.
A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e 21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325 d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a judaica. A partir daí,a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído por Júlio César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach. Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos  coincide, vez ou outra, com a judaica.[1]
Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13) no dia da Páscoa judaica.[2]Assim, entendem que não há porque celebrar a Páscoa no dia da ressurreição do Cristo.  Por outro, fundamentados em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7), defendem a ideia de ser o Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa, associando a este pensamento importante interpretação de outro ensinamento  de Paulo de Tarso (1Corintios, 5:8): o “cristão deve lançar fora o velho fermento, da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da verdade.[3]
Algumas festividades politeístas relacionados à chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com
cores diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de chocolate. A figura docoelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho). As sacerdotisas de Gefjun eram capazes de prever o futuro, observando as vísceras do animal sacrificado.[1]
É interessante observar que nos países de língua germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo. Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”,  a deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado  por todo o mundo antigo oriental e ocidental, e que na Bíblia é chamada de Astarote. (…) Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome que se deriva do termo grego pascha.[2]
A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa, ainda que acate os preceitos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: “(…) Jesus representa o tipo da perfeição moral que a Humanidade pode aspirar na Terra.”[3] Contudo, é importante destacar: o Espiritismo respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo  representado, ainda que apresente outras interpretações.  A liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ”(…) de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. (…).”[4] A ressurreição do Cristo representa  a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida.
Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.[5]
Os espíritas, procuramos comemorar a Páscoa todos os dias da existência, a se traduzir no esforço perene de vivenciar a  mensagem de Jesus, estando cientes que, um dia, poderemos também testemunhar esta certeza do inesquecível apóstolo dos gentios: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo vive em mim.  Minha vida presente na carne, vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)[6]

[1] //pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa Acesso: 27/03/2013.
[2] J.D. Douglas. O Novo Dicionário da Bíblia. Pág. 1002.
[3] Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Q. 625, pág.
[4] Idem. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. I, it. 2, pág. 56.
[5] Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 176, pág. 365.
[6] Bíblia de Jerusalém. Pág. 2033.
Referências
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos tradutores. São Paulo: Paulus, 2002.
ELWELL, Walter A (editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Trad. Gordon Chow. 1ªed. 3ª reimp. Vol. III.  São Paulo: Edições Vida Nova, 2003.
DOUGLAS, J.D. (organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. Tradução de  João Bentes. 3ª ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2006.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.
_____. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2008.
XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 1ªed. 3ª reimp. Brasília: FEB Editora, 2012 (Coleção Fonte viva;2

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Carnaval é festa para espírita?


Nessa época, é usual sermos indagados sobre se o Espiritismo é contrário ao Carnaval. Pesquisando na Codificação, não encontramos nada específico sobre o tema, mas a Doutrina nos fala sobre a necessidade de evolução, e evoluir é buscar cada vez mais os bens espirituais.Paulo de Tarso, na primeira epístola aos Coríntios, escreve: “Tudo me é permitido,mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine!”.Somos livres para dirigir nossas vidas, mas não podemos esquecer que somos responsáveis quando infringirmos a Lei Divina.
Devemos procurar o autodomínio e a expansão do sentimento de amor sublimado, fraternal, espiritual – ou qualquer outro adjetivo que queiramos usar para qualificar o sentimento -, descartando os objetivos ilusórios que prejudicam nossa evolução.Nada nos é proibido. O erro só existe quando há o descumprimento da lei divina e,como disse Paulo de Tarso, tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém. E cá entre nós, para sermos evoluídos temos de evoluir, é óbvio, e para isso precisamos domar nossas paixões, transformando-as de um cavalo bravo num cavalo dócil,domado, dedicado ao trabalho e disciplinado.

Leituras sugeridas:

– “Primeira Epístola aos Coríntios” – cap, VI,12

– Allan Kardec – “O Livro dos Espíritos”, questões 459 a 472; 833 a 872; 907 a 912

– Allan Kardec – “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – capítulo II, item 5

– “Em torno do mestre”, de Vinícius, artigo intitulado “Tentação”

O vídeo mostra a história do Carnaval, desde seu início como festa pagã até os dias atuais, sua chegada no Brasil e sua implantação no calendário brasileiro.

Texto escrito por Katia Penteado
Kátia
Jornalista e empresária, trabalha na área de educação de casas espíritas, com adultos. Atua na SEETO, integrando tanto a equipe do Curso de Expositor quanto a de monitores da Escola de Doutrina Espírita. A ação se estende à União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo – USE, onde, em âmbito estadual, está como secretária do Departamento do Estudo Sistematizado de Doutrina Espírita – ESDE e responsável pelo ESDE na região da Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e Vale do Ribeira. Profere palestras em casas espíritas e tem artigos

AS AFLIÇÕES E VOCÊ



Ricardo nunca foi muito organizado, pelo contrário, cultiva o hábito de tudo colocar no armário de qualquer jeito, empilhando as coisas até não mais poder. Certo dia ele precisou de um material apostilado e lembrou que o mesmo estava no armário. Depois de muito mexer e tirar coisas, impacientou-se, sem conseguir encontrar a apostila. Então, levantando a voz e dirigindo-se aos familiares, gritou: “Quem foi que mexeu no meu armário?”. Típica atitude de transferência de responsabilidade. O único culpado pela bagunça e a não localização do material era ele mesmo.

Essa história ilustra bem a questão das causas atuais das aflições, estudada por Allan Kardec no capítulo 5 de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Muitas vezes sofremos não porque estejamos diante de uma expiação ligada a alguma coisa que fizemos em vidas passadas, e nem tão pouco porque estamos passando por uma prova causada por quem vive conosco. A verdade é que muitos sofrimentos, muitas aflições, são causadas pela nossa imprevidência, pelo nosso egoísmo e pelo nosso orgulho.

Se nos deixamos levar por impulso, se a ansiedade toma conta dos nossos procedimentos, se guardamos mágoa de alguém, se nos movemos por desejo de vingança, se ficamos nervosos por qualquer coisa, se nunca nos organizamos, vamos acarretar para nós mesmos aflição, dor, sofrimento que, se não resolvermos enquanto estamos encarnados, vamos levar para o mundo espiritual, o que não é nada bom.

Para melhor viver precisamos ser previdentes, saber planejar a existência, organizar as coisas, de modo que vivamos ligados no bem para nós mesmos e para os outros, sem maiores sobressaltos. Para isso nada melhor do que seguir os exemplos de Jesus, nosso guia e modelo.

Então, antes de culpar os outros, as vidas passadas e até mesmo Deus pelos sofrimentos e aflições que estejamos passando, primeiro façamos uma tomada de consciência dos nossos pensamentos, falas e ações, para saber em que precisamos nos modificar. É provável que nos descubramos causadores dos próprios males, mas como para tudo tem remédio e a lei é de evolução, basta então colocar em prática a reforma íntima, e viveremos bem melhor.
por Marcus de Mario de Correio Espírita